23 de Agosto de 2016
Nos seus esforços para destruir o conhecimento, o grupo terrorista Boko Haram matou mais de 20.000 pessoas, deslocou mais de 2 milhões e atirou cerca de 7 milhões de nigerianos para a fome, sede e necessidade extrema.
O Boko Haram tem uma falta de respeito completa e total pela vida, ao contrário de todas as religiões. Receia o conhecimento. Receia a educação. Receia a tolerância.
Nós não temos que ser prisioneiros deste extremismo violento. Pode ser eliminado. Ninguém em nenhum lugar tem que viver ou devia ter que viver no meio deste mal.
Através da Task Force Conjunta Multinacional – com a ajuda dos Estados Unidos, da França e do Reino Unido – a Nigéria e os seus vizinhos estão a reduzir com perseverança as capacidades do Boko Haram.
Mas nós também sabemos que derrotar o Boko Haram no campo de batalha é apenas o começo daquilo que temos que fazer.
Como escreveu o escritor americano Henry David Thoreau: “Há milhares de cortes nos ramos do mal, mas só um atinge a raiz”. Assim, temos que visar as causas profundas do extremismo violento.
Para vencer a luta tendo em vista o futuro, os países precisam de fazer mais do que apenas denunciar as ideologias falhadas e sem perspectivas que os terroristas defendem. Também têm que oferecer aos seus cidadãos uma alternativa que seja melhor, que dê esperança, que realmente cumpra as suas promessas.
Para combater eficazmente o extremismo violento, temos que assegurar que a acção militar seja acompanhada de um maior empenhamento em valores como integridade, boa governação, educação, compaixão, segurança e respeito pelos direitos humanos.
É essencial construir e reconstruir a confiança no governo, nas forças armadas, nas forças de aplicação da lei, onde quer que essa confiança tenha diminuído.
A luta contra a corrupção tem que ser uma prioridade principal da segurança mundial. O suborno, a fraude e outras formas de venalidade colocam em perigo tudo aquilo que nos é caro, tudo aquilo que valorizamos.
A corrupção custa à economia mundial cerca de $2.6 biliões por ano. Esses $2.6 biliões podiam ser utilizados em infra-estruturas, cuidados de saúde, educação, segurança alimentar, outras iniciativas.
O dever mais básico de qualquer governo é satisfazer as necessidades do seu povo e um governo bom, responsável, simplesmente a antiga boa governação constituem basicamente a chave para isso, mas este não é o fim da história.
Uma economia moderna também exige investimento no seu povo – isso é fundamental – em escolas a todos os níveis e em programas que formam e preparam os formandos para que sejam capazes de competir no mercado mundial.
Quando as mulheres são instruídas e empoderadas, as sociedades são mais produtivas, mais democráticas, mais inclusivas e muito mais prósperas.
E aqueles que poderiam destruir as nossas comunidades – opondo uma religião ou uma seita a outra – só poderão ser derrotados pelo compromisso inabalável dos cidadãos com a unidade e o entendimento mútuo.
Todos estes esforços – combater a corrupção, promover a boa governação, promover oportunidades tanto para homens como para mulheres, mostrar compaixão e compreensão pelo próximo, mesmo quando é difícil – todas estas coisas contribuirão imenso para reduzir a ameaça colocada pelo extremismo violento e evitar que volte a surgir no futuro.